Em 13 julho de 2020, o Estatuto da Criança e do Adolescente comemorou sua terceira década de existência. Com seu conjunto de normas e regras jurídicas, que têm como intuito a proteção integral da criança e do adolescente, o ECA contribuiu para a luta contra a mortalidade e trabalho infantil e para inclusão de milhões de crianças e adolescentes à educação básica.
Durante a década de 1970, no auge de uma Ditadura Militar, surgiu o chamado Código de Menores. A lei tinha abordagem mais restrita, construída sob uma doutrina chamada de situação irregular, ou seja, reeducar crianças e adolescentes abandonadas.
Apenas em 1990, vinte anos depois, e após a criação da Constituição Federal, surge o Estatuto da Criança e do Adolescente que prevê a proteção integral a todas as crianças e adolescentes.
O ECA, construído sob uma outra doutrina jurídica, a da proteção integral, entende que toda criança é responsabilidade de proteção do Estado. O Estatuto reconhece as especificidades da infância e adolescência como etapas peculiares de desenvolvimento.
O ECA regulamenta o artigo 227 da Constituição Federal e reconhece crianças e adolescentes como sujeitos de direito, aos quais devem ser garantidas oportunidades de desenvolvimento em condições de liberdade e de dignidade.
Embora tenham tido diversos avanços no que se refere a proteção da infância, ainda há muito a ser feito. Segundo um relatório publicado em 2019 pelo Ministério da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, o maior número de denúncias de violação contra os direitos humanos foram ao grupo Crianças e Adolescentes. As principais violações sofridas foram negligências, violência psicológica, física, sexual, institucional, e exploração do trabalho.