Imagem: Arthur Corrêa

Reportagem: Clarice Dantas

A discriminação e falta de oportunidades se somam à ausência de políticas públicas para garantir trabalho e renda a homens e mulheres trans

Para recordar o mês do orgulho LGBT, lembrado em todo o mundo em Junho, o Observatório convidou três homens trans de Macapá para falar de suas histórias, desafios e conquistas dentro do mercado de trabalho e suas respectivas trajetórias de autoidentificação.

Na entrevista, Alexander Oliveira, Nathan Dias e Roan Nascimento destacam a falta de espaço aos profissionais trans no mercado de trabalho.

Estima-se que atualmente a população transexual corresponda a 0,5% da população mundial. 

Dossiê Assassinatos e Violência Contra Travestis e Transexuais Brasileiras mostra que 6% estão em atividades informais e subempregos e 90% da população de travestis e mulheres transexuais utiliza exclusivamente a prostituição como fonte de renda.

A falta de oportunidades afeta de forma diferentes homens e mulheres transexuais. Cerca de 72% das travestis e mulheres transexuais brasileiras não completaram o ensino médio. Outras 56% possuem o ensino fundamental e apenas 0,02% estão nas universidades, segundo dados do movimento Arco-Íris/AfroReggae.

Comparada aos homens trans, as mulheres trans e travestis são um grupo ainda mais excluído. Isso porque 80% dos homens trans já concluíram o ensino médio e, quando empregados, possuem vínculo formal de trabalho. 

Alexander Oliveira, acadêmico de psicologia, destaca ao Observatório que é necessário maior debate em torno da existência de políticas integradoras para pessoas trans. “Nós não vemos políticas públicas em relação ao amparo desse alto índice de prostituição, desemprego, de suicídio de pessoas trans”, diz Alexander.

O acadêmico afirma ainda que o debate acerca dessas políticas é uma forma de garantir direitos e resguardar a vida de pessoas transexuais. “Quando falamos sobre políticas públicas integradoras para pessoas trans dentro do mercado de trabalho, falamos sobre acesso”, explica ele. “Antes de poder acessar, a gente precisa ter o direito de existir.”

O mês de Junho marca o mês da diversidade. No dia 28 de junho, comemora-se o dia mundial do Orgulho LGBT. O dia é dedicado a destacar a necessidade da luta histórica na garantia de direitos básicos para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais.

Até os anos 60, era crime em todos os Estados Unidos ser homossexual. No dia 28 de Junho de 1969, no bar Stonewall, gays, lésbicas e travestis confrontaram a polícia durante seis dias por conta de atitudes violentas e preconceituosas da força policial, que fazia visitas humilhantes em boates de Nova York. .

A rebelião, que teve como lideranças principais duas travestis – Marsha P. Johnson e Sylvia Era Rivera-, marcou a origem do que se conhece hoje como mês do Orgulho LGBT.

Alexander Oliveira, Nathan Dias e Roan Nascimento contam ao Observatório suas  conquistas, desafios e perspectivas para o futuro pessoal e profissional como homens trans.

Confira a entrevista completa no Observatório TV: